domingo, 14 de março de 2010

Sobre o desejo, o tempo e o espaço


Ela me conta sem certeza tudo que viveu
Que gostava de politica em 1976
E hoje dança no Frenetic Dancing' Days
Ela me conta que era atriz e trabalhou no Hair
Com alguns homens foi feliz e com outros foi mulher
Que tem muito ódio no coração e têm dado muito amor
Espalhado muito prazer e muita dor
...
Como é bom poder tocar um instrumento!
Caetano
No principio
As portas e as janelas estavam todas abertas
Era uma questão de tempo
Paciência ...
O tempo, é provável, mais do que alimente, torne o desejo uma espécie de obrigação
Um rito necessário
Um assassinato de todas as bruxas
Depois
As portas e as janelas estavam todas fechadas
Já não havia mais tempo, os tempos eram outros
Tempos de frivolidades sadias ...
Primeiro era o espaço sem tempo
O acaso todo foi, em um tempo sem espaço
E eu ficava ali, matutanto, como todo teimoso
Pensando em como abrir aquelas janelas, aquelas portas
Entrar casa a dentro, inventar um novo espaço
Mas eis que sempre há, em um lado ou outro, uma nova frivolidade ...
Os tempos e os espaços são inimigos fatais dos desejos!

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