quinta-feira, 18 de março de 2010

Mais uma teoria ... de boteco!

Na divina claridade que você se iluminou
O calendário seria um dia de cada cor
Futuro é como eu queria
Te cobiçar ventania
Num romance de amor
E a lua ainda mais clara
Queria escutar tua falar, com palavras de amor ...
Fagner


Ele bebia e me falava
Que a razão toda de sua angústua
Era uma certa mulher de fato interessante
Destas femeas docemente sarcásticas, de humor refinado
E com um certo charme intelectual combinado com um belo corpo
FATAL, ele me dizia
-FATAL!

A questão toda era que a tal moça andava a furnicar com um escroto

Eu pensei na situação, e dei o veredicto:

- Veja, todo ser humano, uma hora ou outra, sente uma estranha e passional necessidade de afirmar-se. Afirmar-se sobre outro ser humano. Deixe a moça afirmar-se, ela vai perceber esta escrotidão uma hora ou outra.

Depois, pensando bem
E avaliando que a coisa toda estava a gerar uma angústia desbaratada
(OBSERVAÇÃO: poucas coisas são mais tristes que uma mulher interessante com um escroto ...)
Senti a necessidade de dissipar aquela dúvida
E, sabendo que para males do amor, nada melhor que um processo de desconstrução do objeto do desejo
Tomei a iniciativa

-É verdade. Não podemos ficar parados diante de tal disparate! Pegue uma caneta com o garçom, vais escrever um bilhete, FATAL!

E eis que veio, assim, quase que espontaneamente, a ...


TEORIA NÚMERO 4. 975

DIGA-ME QUE MALA SEM ALÇA CARREGAS QUE PERCEBERÁS A MALA QUE ESTÁS A TE TORNAR!

domingo, 14 de março de 2010

Sobre o desejo, o tempo e o espaço


Ela me conta sem certeza tudo que viveu
Que gostava de politica em 1976
E hoje dança no Frenetic Dancing' Days
Ela me conta que era atriz e trabalhou no Hair
Com alguns homens foi feliz e com outros foi mulher
Que tem muito ódio no coração e têm dado muito amor
Espalhado muito prazer e muita dor
...
Como é bom poder tocar um instrumento!
Caetano
No principio
As portas e as janelas estavam todas abertas
Era uma questão de tempo
Paciência ...
O tempo, é provável, mais do que alimente, torne o desejo uma espécie de obrigação
Um rito necessário
Um assassinato de todas as bruxas
Depois
As portas e as janelas estavam todas fechadas
Já não havia mais tempo, os tempos eram outros
Tempos de frivolidades sadias ...
Primeiro era o espaço sem tempo
O acaso todo foi, em um tempo sem espaço
E eu ficava ali, matutanto, como todo teimoso
Pensando em como abrir aquelas janelas, aquelas portas
Entrar casa a dentro, inventar um novo espaço
Mas eis que sempre há, em um lado ou outro, uma nova frivolidade ...
Os tempos e os espaços são inimigos fatais dos desejos!